
O caso é conhecido e apareceu até no Politico. O artigo do Observador sobre este caso começa assim
“A Câmara Municipal de Lisboa fez chegar por e-mail os nomes, as moradas e os contactos telefónicos de três manifestantes anti-Putin à embaixada russa em Lisboa e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros daquele país.”
Um aspecto que me impressiona: o facto de a CML ter enviado para Moscovo os dados dos organizadores da manifestação. Foi preparado um PDF, em russo, para enviar para o governo russo, na Rússia. Não só para a embaixada em Lisboa. Para a Rússia.
Este facto basta para liquidar todas as “explicações” dadas por Medina.
Os OCS, que já tinham ignorado durante meses este caso, voltaram a ser simpáticos para com o dono e deixaram cair este aspecto do problema.
Medina despediu Luís Feliciano, jurista que se recusou a apresentar a demissão. Ficámos, assim, com um bode expiatório.
Na AR, foi apresentado (pelo PSD) um pedido de audição de Luís Feliciano. Seria interessante ouvir o que este teria a dizer sobre este imbróglio. Mas, surpresa, o pedido de audição foi chumbado pelos votos do PS e do PCP.
Sabe-se como Putin se vinga nos familiares dos seus opositores. Os manifestantes de Lisboa temem visitar a Rússia. A CML colocou em perigo um número significativo de vidas.
Curiosamente, no dia em que Medina despedia Luís Feliciano numa conferência de imprensa, o carro em que seguia o ministro da administração interna, Cabrita, atropelava mortalmente Nuno Santos. Cabrita, não destoando, também atirou as culpas para outro — neste caso, o defunto.